Com relação às projeções do regime de chuvas, o prof. Alexandre Costa, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), um dos autores do capítulo sobre nuvens e aerossóis do Primeiro Relatório de Avaliação (RAN1) comenta a complexidade em realizar projeções das alterações nos níveis de chuva, pois ao mexer, por exemplo, num parâmetro como o raio médio das gotas de água de chuva na cobertura das nuvens, um modelo pode melhorar o desempenho, ou não, em virtude da dificuldade dos modelos em realizar projeções de chuvas (Pivetta, 2013).
O Presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), Carlos Nobre, informa que os dados disponibilizados pelo PBMC servirão para guiar políticas públicas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas, afirmando que os trabalhos não ficarão apenas no Primeiro Relatório de Avaliação, mas devem continuar e se tornar cada vez mais relevante (Pivetta, 2013).
A ideia, no fim das contas, é ter uma rede de dados ambientais confiáveis que fornece a todos, inclusive aos tomadores de decisão, um panorama a respeito das mudanças climáticas.
Para Professora Mercedes Bustamante, coordenadora da equipe que examinou as perspectivas de redução dos impactos e de adaptação às mudanças climáticas, as incertezas não justificam o adiamento das decisões sobre mitigação de emissão de gases de efeito estufa (Pivetta, 2013), o que vai ao encontro da necessidade de se alcançar os objetivos voluntários de limitações de emissões aprovados pelo governo brasileiro.
Fonte: Pivetta, Marcos. Extremos do Clima. São Paulo: Revista FAPESP, n. 210. Agosto/2013.